Economia do Ceará cresce 1,2% e ultrapassa a média do NE


A atividade econômica do Ceará medida pelo Índice de Atividade Econômica Regional - Ceará (IBCR-CE), divulgado ontem (17) pelo Banco Central, expandiu 0,45% em julho na comparação com igual período do ano anterior, na série dessazonalizada. Com isso, o IBCR-CE, que é considerado pelo mercado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), acumula variação positiva de 0,81% nos primeiros sete meses de 2018 e de 1,22% nos últimos 12 meses.
Em julho ante junho, mês imediatamente anterior, o IBCR-CE apresentou leve variação de 0,09%. No trimestre entre maio e julho, com o impacto da greve dos caminhoneiros no fim de maio, houve queda de 0,29% na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Na comparação dos três meses encerrados em julho ante igual período do ano anterior, entretanto, houve variação de 0,12%.
Os números do Ceará ficaram acima da média do Nordeste na série dessazonalizada. Em julho, a atividade econômica na região ficou em -0,04% na comparação com o mês anterior e -0,94% na comparação com igual período de 2017. No ano, houve queda de 0,84% e, em 12 meses, o IBCR-NE subiu 0,23%. No Brasil, a atividade medida pelo IBC-Br subiu 0,57% em julho ante junho na série dessazonalizada.
Os números mostram que o Brasil deixou a recessão, mas mostram também que essa saída ocorre de maneira bastante lenta e deve demorar a se dar de forma sólida e sustentável, na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE) e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Lauro Chaves.
"O Brasil saiu da pior recessão de sua história, mas esses dados também mostram que a retomada está sendo muito mais lenta e difícil do que se imaginava no pior dos cenários econômicos. Nós acreditávamos que, em 2017, a economia já estaria crescendo e que, em 2018, isso seria ainda maior. Não é o que está ocorrendo", pontua Chaves.
Ele detalha que a saída da recessão se sustenta na inflação controlada e avalia que houve uma melhor gestão das contas públicas. "A inflação sob controle melhora as expectativas da sociedade. Também tivemos uma melhor gestão das contas públicas", diz o professor da Uece.
Para ele, a saída da recessão ganharia mais fôlego com a volta mais significativa dos investimentos privados. "Precisamos reativar os investimentos privados e manter o investimento público. Os investimentos públicos foram totalmente paralisados por conta dos ajustes nas contas públicas e os (investimentos) privados estão suspensos até que haja uma melhora do cenário interno, que está muito turbulento em meio às eleições, e do cenário externo com a guerra comercial entre Estados Unidos e China", ressalta Chaves.

Diário do Nordeste

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