Publicitário baiano criou a data em 1948, para aumentar as vendas de uma loja de roupas. Seu filho é o ex-prefeito de São Paulo
Nos Estados Unidos e em boa parte da Europa, o Dia dos Namorados é
comemorado no dia 14 de fevereiro. É a festa de São Valentim, um mártir
da igreja que foi assassinado no ano 269. Mas Valentim não é popular no
Brasil. Um publicitário baiano radicado em São Paulo resolveu relacionar
a celebração do amor a outra figura, bem mais próxima do nosso
imaginário: Santo Antônio.
O padroeiro dos casamentos é celebrado no dia 13 de junho. Pois o
nosso Dia dos Namorados ficou para um dia antes, dia 12. Afinal,
primeiro de namora. Depois, se casa.
O publicitário em questão é João Agripino da Costa Doria, pai do
ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo paulista João Doria.
Nascido em 1919, João Agripino trocou a Bahia pelo Rio de Janeiro em
1942 e, dois anos depois, começou a carreira na publicidade como redator
da empresa Standard Propaganda S.A. Em 1945, assumiu a direção da filial da agência em São Paulo. Em 1948, ele se viu diante de um desafio: impulsionar as vendas da rede de lojas de roupas Exposição – Clíper.
O Dia das Mães garantia os lucros de maio. A data era popular no Brasil desde a década de 1910, mas apenas nos anos 1940 havia se tornado um fenômeno comercial. Faltava um fenômeno parecido em junho. Foi quando João Doria teve a sacada de relacionar uma nova data ao santo casamenteiro.
O anúncio impresso ignorava o fato de que, em quase todo lugar, o dia dos namorados é comemorado em fevereiro: “Êste (sic) é o dia em que no mundo inteiro as criaturas que se amam trocam juras de amor e ternos presentes...” E finalizava: “Não se esqueçam: amor com amor se paga”.
Cassado pela ditadura
Seus quatro filhos, de dois casamentos diferentes, acabaram seguindo carreira na área de comunicação. “Meu pai inspirou tanto ao Raul quanto a mim”, diz o ex-prefeito de São Paulo, fazendo referência a seu irmão mais novo, produtor de uma agência de propaganda. “E inspirou aos meus outros dois irmãos, frutos do outro casamento do meu pai, o Marcelo e o Raphael. Eles também se conduziram para a área da comunicação e se sentem muito felizes.”
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