Essa semana vascaína, que começou com o empate em 1 a 1 com o Racing e terminou com a goleada por 4 a 0 para o Cruzeiro, em São Januário, foi conturbada. Os dois resultados negativos encerraram as chances de o Vasco ir ao mata-mata da Libertadores. Fora de campo, sem calmaria, também.
O Cruz-Maltino entrou em campo diante dos argentinos do Racing
precisando vencer para aliviar a situação ruim na Libertadores. Não
conseguiu, mas seguiu com chances de passar pela fase de grupos –
precisaria ganhar os dois últimos jogos. Diante do Cruzeiro, porém, o
desastre foi ainda maior: derrota por 4 a 0, confusões nas
arquibancadas, xingamentos ao presidente Alexandre Campello e
jogadores...
Ao mesmo tempo, a semana vascaína fora de campo está longe de ser
considerada calma. Na segunda-feira, a diretoria divulgou o balanço
financeiro de 2017, com 56 páginas, déficit de R$ 22,95 milhões, o
pedido da auditoria de mais tempo para emitir um parecer e uma carta
escrita por Campello à torcida.
Além dos números complicados para o futuro do clube, as palavras do
presidente causaram surpresa nos bastidores. No documento, o dirigente
expôs os problemas financeiros deixados pelo antecessor Eurico Miranda,
seu principal apoiador na eleição do início do ano. A oposição viu com
olhos de surpresa, enquanto membros da última gestão contestaram dados.
Os últimos dias, depois da divulgação do balanço, foram de agito nos
bastidores de São Januário. Conselheiros, como membros do grupo Cruzada
Vascaína, de oposição, emitiram uma nota pedindo, entre outras coisas, a
convocação de uma reunião no Conselho Deliberativo para que os membros
da gestão anterior prestem esclarecimentos.
A chapa de Julio Brant, ex-candidato e derrotado nas eleições de janeiro, também escreveu nota oficial, mas breve:
- A Sempre Vasco vai se reunir para analisar o balanço e decidir se vai ou não se manifestar.
Nas arquibancadas de São Januário diante do placar adverso contra o
Cruzeiro, mais ares de política. Pela primeira vez desde quando assumiu o
clube, Alexandre Campello foi xingado por boa parte dos torcedores no
estádio. Alguns gritaram o nome de Julio Brant. Minutos depois,
confusão, com bombas e gás de pimenta, entre os próprios vascaínos –
como em 2017 – e a Polícia Militar.
Agora, já sem chances de ir ao mata-mata da Libertadores, o Vasco busca
novamente paz dentro e fora de campo. No sábado, às 19h30 (de
Brasília), encara o América-MG em São Januário pela quarta rodada do
Campeonato Brasileiro. Já na próxima quarta-feira estreia na Copa do
Brasil contra o Bahia, fora de casa.
O técnico Zé Ricardo já avisou, no vestiário depois da goleada para o
Cruzeiro, que não larga “de jeito nenhum” o elenco. Diante de resultados
adversos, jogadores e treinador, alheios ao extracampo, se unem para
reviverem os bons momentos da temporada.
Globoesporte.com
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