Lava Jato defende que Justiça não permita visita de Dilma a Lula na PF


A força-tarefa da Operação Lava Jato é contra a visita da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a seu antecessor no cargo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dilma pretende se encontrar com Lula nesta segunda-feira (23) na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba, onde o petista está preso desde 7 de abril. Hoje não é dia de visitas de Lula. Esse é um dos pontos apresentados pelo MPF (Ministério Público Federal) à juíza federal Carolina Lebbos, responsável pela custódia de Lula. Ela ainda precisa se manifestar a respeito do tema.
O procurador regional Januário Paludo reforçou, em documento enviado à Justiça nesta segunda-feira (23), o argumento já utilizado pela força-tarefa anteriormente: a de que as visitas de familiares "devem prevalecer em relação às de amigos".
Na petição, o procurador diz que o direito de detentos em "receber cônjuge, companheira, de parentes e amigos em dias determinados", como prevê a Lei de Execução Penal, "não é absoluto e pode ceder frente aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade".
Na última quarta-feira (18), Paludo havia escrito que "não é viável a fixação ou a elasticidade de horário diferenciado para visitas ao custodiado Luiz Inácio Lula da Silva, seja por conveniência da administração, seja para se criar injusto discrímen em relação aos demais custodiados ali recolhidos".
As visitas de familiares a Lula são realizadas às quintas. Os familiares têm das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30 para entrar na PF para se encontrar com o petista. Na Superintendência da PF, só costuma ser permitida a visita de familiares próximos. Nas duas oportunidades em que estiveram com o ex-presidente, seus familiares ficaram praticamente o dia todo na PF.
Dilma formalizou o pedido para ver Lula na noite de sábado (21). Entre os argumentos usados, está o fato de a relação de amizade entre os dois ser "fato público e notório". "Trabalham juntos desde o ano de 2002 e, ao longo dos anos que seguiram, desenvolveram relação de convivência próxima e de profunda amizade, cuja manutenção se faz premente na situação atual de privação de liberdade em que se encontra o ex-presidente Lula", afirma a petição.
Segundo o documento, assinado pelo ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, Lula e Dilma mantêm uma "estreita relação de proximidade, vez que, mesmo não ocupando cargos púbicos, continuaram a se encontrar pessoalmente e a ter um relacionamento próximo e pessoal, conforme ampla e constantemente divulgado na grande imprensa nacional". Dilma pediu que sua visita fosse "preferencialmente" nesta segunda-feira.

Uol Noticias

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