Criado em 2011 e considerado um projeto referência na promoção de
acesso da população à internet, o Cinturão Digital tornou-se ainda mais
relevante para o mercado de Telecom no Ceará a partir de 2015, quando
foi concedido ao consórcio BWM - formado pelas cearenses Brisanet,
Wirelink e Mob Telecom - virou a motriz das conexões em banda larga fixa
no Estado. Foi a partir da terceirização da fibra ótica que percorre
105 municípios cearenses que os pequenos provedores proliferaram no
Estado e atualmente são responsáveis pelo crescimento do número de
usuários.
Em quatro anos, o número de usuários saltou 32%, de 557.294 (2014) para
739.111 (2017), de acordo com dados da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel). A Agência ainda reconheceu a participação dos
provedores regionais na expansão da banda larga fixa em 2017. O ano,
inclusive, marcou o maior crescimento no Estado. Hoje, segundo a Mob
Telecom, cerca de 800 pequenos provedores atuam no Ceará, ofertando
internet fibra ótica na porta da casa dos habitantes.
Fortalecimento
Unidas pelo consórcio, mas concorrentes entre si, as três empresas
comemoram a marca e miram mais espaço no mercado neste ano a partir do
fortalecimento de elementos que já o ajudaram. "O Ceará é lembrado
porque tem muito acesso de banda larga, mas ninguém diz o porquê. Além
do Cinturão Digital, a Oi deu espaço para que os pequenos e médios
pudessem atender a um público onde ela não conseguiu chegar", aponta o
CEO da Mob Telecom, Salim Bayde Neto, falando da fragilidade do plano de
expansão da maior operadora de banda larga fixa do Nordeste após a
instauração do Plano de Recuperação Judicial.
O diretor de Operação de Projetos da Wirelink, Felipe Abelha, aponta o
ponto de conexão de fibra ótica em Fortaleza como um elemento importante
para a dinâmica dos pequenos provedores regionais. "Facilita nossa
ampliação a partir da Capital. Para a empresa, especificamente, a gente
tem como manter os custos mais ajustados, e isso reflete no valor final
oferecido ao cliente. Mas dificulta porque traz mais concorrência ao
mercado. Por outro lado, dá para levar menores valores e maior banda
para o usuário final", analisa.
Outro elemento apontado como facilitador para a atuação dos provedores
regionais é a legislação. Pelas novas regras, pequenos provedores de
internet têm menos exigências para prestar serviços a um número de até 5
mil clientes. "Na contramão de tudo, com o Brasil na situação econômica
que está, pequenas e médias empresas trazem para o meio do nada o que
há de mais moderno no mundo das telecomunicações", arrematou José
Roberto Nogueira, presidente da Brisanet.
Diário do Nordeste
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