O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes,
declarou nesta terça-feira, 26, que pretende revogar todas as reformas
aprovadas no governo de Michel Temer caso seja eleito nas eleições
gerais do ano que vem.
Segundo Ciro, que participou de uma
sessão de perguntas e respostas enviadas por usuários do Twitter na
sede brasileira da empresa, em São Paulo, "todas as reformas que Temer
fizer têm uma ferida de origem, que é a ilegitimidade". "Portanto, sim,
serão revogadas todas e substituídas", disse.
O pedetista
também reafirmou que pretende, se chegar ao Planalto, expropriar os
campos de petróleo vendidos à empresas estrangeiras no governo Temer
"com as devidas indenizações". Para Ciro, a estatal é uma das
ferramentas para a saída da atual crise econômica e precisa ser
"reforçada, capitalizada". "Portanto, quem quiser comprar agora, fique
sabendo que, se este que vos fala for à presidência da República, todos
os campos serão devolvidos ao controle do povo brasileiro", afirmou.
Sobre
a atual divisão do campo progressista da política brasileira, o
pré-candidato disse ser necessário construir um projeto nacional que
consiga unir a esquerda e o centro, mas que não pode ser feito nos
mesmos moldes do anterior. "Se for para aplicar, sob jugo do PT, uma
aliança com Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Eduardo Cunha e Michel
Temer, isso é o que deu no que deu aí. Portanto, eu estou fora",
declarou.
Ciro também procurou manter certa distância do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "figura
extraordinária, que fez muito bem a muitos brasileiros", mas ao mesmo
tempo alguém que "por vaidade, descontrole, falta de gente que dissesse a
ele que não fizesse, fez muita bobagem".
Questionado por
um dos internautas sobre uma possível composição de chapa com Marina
Silva (Rede), o pedetista afirmou que seria uma "possibilidade
absolutamente generosa", pois a ex-ministra do Meio Ambiente é "uma
excelente pessoa".
Apesar disso, os dois teriam
divergências de visão de País. "E eu também tenho certa queixa que
pessoas que não governaram suas cidades, seus Estados, querem ter como
primeira experiência política a complexa tarefa de governar o País numa
situação grave como essa". Ciro foi ex-ministro da Fazenda do governo
Fernando Henrique Cardoso, governador do Ceará e prefeito de Fortaleza.
Nessa
crítica, o foco de Ciro, no entanto, não foi Marina, mas o deputado
federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). "26 anos de deputado federal, nunca
aceitou ser prefeito, nunca tentou ser governador do Estado, e agora
quer ser presidente da República a golpes de frase feita", criticou.
O POVO
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