Mais de 70% dos municípios cearenses com mais de 30 mil habitantes encerraram o mês de agosto com geração de postos de trabalho formais. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 46 das 64 cidades do Estado (71,8%) incluídas na pesquisa contrataram mais do que demitiram no período - 11 a mais que no mês anterior, quando 35 haviam conseguido o feito.
A Capital, maior centro econômico do Estado, lidera a geração de
empregos com o saldo de 1.597 vagas, um avanço de 0,24% no estoque de
postos de trabalho do município.
Em segundo lugar, Sobral gerou 609 novas vagas, uma expansão de 1,47%
do estoque de empregos. Completam o ranking as cidades de Aracati (227
vagas), Limoeiro do Norte (213) e Juazeiro do Norte (183).
Cenário melhor
De acordo com Mardônio Costa, analista de Mercado de Trabalho do
Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), os resultados mostram
que a melhora no nível de emprego já se espalha pelo território
cearense.
"São os primeiros sinais de que está havendo uma recuperação do mercado
de trabalho no Ceará. Isso se dá em função do ritmo da atividade
econômica do Estado, que cresceu 2,7% no segundo trimestre", aponta.
O Ceará liderou entre os estados do Nordeste a geração de emprego
formal ao abrir 4.975 vagas com carteira assinada em agosto. O número é
resultado de 36.440 admissões contra 31.465 demissões.
Ranking
No País, o Estado ficou atrás apenas de São Paulo (17.320) e Santa
Catarina (6.130). Foi o melhor resultado para agosto dos últimos três
anos e o terceiro mês seguido de saldo positivo.
Na visão do analista, a recuperação do nível de emprego será vagarosa,
tendo em vista que a indústria ainda está com um nível de ociosidade
grande.
"Os empresários vão primeiro ocupar esses espaços ociosos para depois
pensar em contratações, acompanhando o ritmo de recuperação da economia
nacional", destaca Mardônio, pontuando que há uma perspectiva de melhora
lenta e gradual.
Recuo
O mês de agosto também registrou perdas de postos de trabalhos para
alguns municípios, sendo o maior recuo registrado por Aquiraz, na Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Foram encerradas 196 vagas no município, um recuo de 1,3% do estoque de
empregos da cidade. Caucaia teve a segunda queda mais intensa, com a
perda de 135 postos de trabalho, uma queda de 0,45% do mercado de
trabalho local.
Completam o ranking de perdas de emprego as cidades de Missão Velha,
com o fechamento de 69 vagas (um decréscimo de 2,96% do estoque, o maior
recuou proporcional de empregos registrado no Estado para o mês de
agosto); Pacajus, que perdeu 26 postos de trabalho com carteira assinada
no mês (-0,39%); e Russas, com o encerramento de 25 empregos formais no
período (-0,28%)
Expansão
No acumulado do ano, 35 das 64 cidades pesquisadas pelo Caged
registraram saldo positivo de empregos, sendo que Missão Velha teve a
maior expansão do estoque de empregos no período, de longe - os 658
novos postos de trabalho criados no município em 2017 representam um
avanço de 40,8% do mercado de trabalho local. Em números brutos,
Horizonte abriu mais postos formais de trabalho no ano, com 699 novas
vagas.
Outros destaques
Também se destacam na geração de empregos entre janeiro e agosto de
2017 as cidades de Limoeiro do Norte, com 460 vagas e 8,69% de expansão;
Eusébio, com 409 novos postos de trabalho e avanço de 1,16% do estoque
local; e Barbalha, com 298 empregos e crescimento de 3,13%. Em termos
relativos, se destaca ainda a cidade de Amontada, com criação de 91
vagas e expansão de 14% do estoque de empregos.
Diário do Nordeste
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