Taxistas protestam contra liberação da Uber


Taxistas de Fortaleza se reuniram em protesto contra a liberação do aplicativo Uber na área de táxis do Aeroporto Internacional Pinto Martins, na tarde de ontem. Por volta de 17h30, os profissionais interditaram com pneus queimados a faixa da Avenida Senador Jereissati (CE-501) dos condutores que seguiam do bairro Dias Macêdo para o bairro Montese. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o bloqueio da via durou pouco mais de 20 minutos.
Diversos mensagem em grupos de WhatsApp começaram a circular sobre o protesto organizado por taxistas no início da tarde. Segundo o presidente do Sindicato de Taxistas do Ceará (Sinditaxi-CE), Vicente de Paula, a mobilização não foi iniciada pela entidade. "Esse movimento foi organizado por um grupo de WhatsApp. Eu fiquei ciente desse ato, mas o Sindicato não organizou nada. Apesar disso, nós compartilharmos dessa iniciativa. É um momento que os profissionais estão constrangidos diante dessa liminar em relação ao aplicativo Uber", explicou o líder da categoria.
Dois veículos da brigada de incêndio e uma ambulância do Corpo de Bombeiro se posicionaram na área externa do Aeroporto para evitar qualquer transtorno. No fim da tarde, as equipes saíram e os taxistas aproveitaram para incendiar pneus.
Petição
O presidente do Sinditáxi ainda esteve ontem no Ministério Público Estadual do Ceará (MPCE) para solicitar orientações jurídicas sobre o caso. Nesta quarta-feira (23), o setor jurídico da categoria irá ingressar com uma petição no MPCE contra a liberação do aplicativo. "Nossa intenção é mostrar que o aplicativo está prejudicando nosso trabalho", disse Vicente. A solicitação da categoria é contra o pedido liminar do juiz titular da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Carlos Augusto Correia Lima. Ele determinou que a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) se abstenham de restringir ou impossibilitar o exercício das atividades da Uber, na segunda-feira (21).
Na decisão, os agentes públicos não podem tomar medidas contra motoristas da Uber sob o fundamento de exercício de transporte irregular ou ilegal. De acordo com o magistrado que deferiu o pedido, esses agentes devem limitar-se à "fiscalização e vigilância das condições de conservação e de segurança dos veículos, de sua regularidade documental e da estrita aplicação das leis de trânsito".
Liminar
Durante o início do protesto de taxistas, o prefeito Roberto Cláudio estava no Aeroporto Internacional Pinto Martins a caminho de Brasília. Em entrevista ao colunista José Maria Melo, ele alegou que a Uber não é regulamentado e, portanto, não pode ter a atuação na Capital. "Estamos preparando nossa resposta. Iremos recorrer da decisão, inclusive levantando alguns pontos do próprio Código Nacional de Trânsito. Também é interpretação nossa e da Procuradoria (do Município) que transporte de passageiro remunerado nas cidades deve estar previsto e regulamentado no Conatran". O gestor lembra que o único serviço regulamentado e legal é o de táxi.

Diário do Nordeste

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