Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação se o consumo de frango deve
aumentar em consequência da crise nacional da carne instalada no País,
após a Operação Carne Fraca da Polícia Federal, afirma o presidente da
Associação Cearense de Avicultura (Aceav), João Jorge Reis. "Esta
situação que se impôs na Operação Carne Fraca atinge também a cadeia
produtiva de frango. Estamos aguardando os acontecimentos", declara.
Atualmente, no Estado, a produção é de 5 milhões de ovos por dia e 4
milhões de quilos de frango por semana. Mas o Ceará ainda importa o
mesmo volume produzido de frangos do Centro-Sul. "Nós, consumidores, não
vimos nenhuma notícia de ninguém falar de passar mal por conta que
comeu carne. São problemas localizados de alguns frigoríficos e não no
Ceará", diz.
Em relação aos valores de ovos e aves, Reis informa que o poder
aquisitivo do consumidor tem mantido a estabilização dos preços com
pequenas variações. "Esperamos um decréscimo no preço, devido à safra de
grãos, mas não temos como falar do percentual de redução. Estamos no
início da colheita da safra brasileira e vamos aguardar o comportamento
do mercado e aguardar até junho e julho para ter uma resposta", afirma.
Produção
Os principais polos avicultores estão localizados na Grande Fortaleza,
em cidades como Aquiraz e Maranguape, e, ainda, no Interior, em
municípios como Quixadá, Quixeramobim e Ubajara. A geração de empregos
chega a 10 mil vagas diretas e cerca de 30 mil indiretas.
O mercado está estável e toda a produção de ovos é consumida no Ceará. O
presidente do Aceav comenta que houve um pequeno acréscimo no valor do
produto no último ano. "Houve acréscimo (no preço) de 5% nos últimos 12
meses, devido à maior procura, principalmente neste período quaresma e,
também, pelo repasse de custos", diz.
Frango
Já a produção de frango registrou uma queda em virtude dos altos custos
na aquisição de insumos, como o milho e a soja. Este frango, de abate
na hora, vai para as avícolas. Os supermercados recebem o frango
resfriado de conservação rápida. Segundo Reis, esta produção, 4 mil
quilos por semana, é toda para consumo interno e só atende 50%. "O
restante vem de outros locais, como Centro-Sul. O frango já vem em corte
e congelado, diferente do nosso frango que é abatido na hora", explica.
Competitividade
Na opinião do presidente da Aceav, os preços são competitivos porque o
consumidor paga baseado na média de mercado que, hoje, é de R$ 8 reais o
quilo do frango abatido na hora. "Este valor tem se mantido. E este
frango tem melhor qualidade, não leva gelo, é só carne mesmo. A vantagem
é que não tem introdução de gelo, nem mesmo os 8% que são permitidos
pela fiscalização", diz.
Vantagem
"O frango abatido na hora tem melhor qualidade. A vantagem é que não tem introdução de gelo, nem mesmo os 8% permitidos"
João Jorge Reis
Presidente da Aceav
Presidente da Aceav
Diário do Nordeste
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