Comemorado em 14 de março, número Pi intriga matemáticos até hoje


A razão entre o comprimento e o diâmetro de uma circunferência é a mesma para qualquer círculo e esse número, de valor um pouco maior que três, é conhecido como p (Pi). Além de ser constante (3,14), o pi é uma dizima periódica, ou seja, o número tem uma série infinita de algarismos decimais.

O dia do p é comemorado em 14/3 devido a semelhança entre a data (em que, em inglês, o mês antecede o dia), e o valor da razão. Os primeiros indícios da existência são de aproximadamente 1900 a.C., mas o grego Archimedes (287 – 212 a.C.) é considerado o primeiro a calcular o valor de Pi com precisão.
“Muitos processos de cálculos de comprimentos, áreas e volumes já eram conhecidos há séculos; eles vinham na forma de instruções de procedimentos e não como fórmulas como, por exemplo, C = 2pr, A = pr2, V = 3/4pr3. Essas e outras fórmulas consequentes apareceram apenas a partir do Renascimento. Até aí a constante p não era o foco. Usavam-se valores aproximados como 3,  e 3,14. O trabalho de Archimedes para obter valores mais exatos de p, pode ser destacado como sendo um dos primeiros em que a preocupação era com o número p em si. Com o tempo, este número rendeu inúmeros estudos matemáticos. Provou-se que ele é um número irracional; isto é, não existem números inteiros a e b, tais que  = p. A expansão decimal de p não apresenta padrões elementares; é como se suas casas decimais tivessem vindo de uma caixa de surpresas” afirma o professor Glenn Albert Jacques Van Amson, autor de matemática do Sistema Anglo de Ensino.
A letra grega p, que vem da palavra perímetro, passou a ser usada para designar o número em 1707 pelo matemático galês William Jones. “As teorias elaboradas sobre o o p geram muita 'matéria prima' para as mais diversas áreas na Matemática e na Computação. Pode-se criar processos de criptografia para codificar mensagens, por exemplo”, diz Glenn.
Busca Infinita
Por se tratar de um número irracional, o p apresenta uma série infinita de algarismos decimais e a tentativa de calcular o valor exato sempre fascinou os matemáticos. O cálculo mais preciso do Pi antes da invenção do computador foi feito por D.F. Ferguson que, em 1945, chegou a 620 dígitos.
Com a ajuda de computadores, em 194, Fergunson conseguiu atingir 710 dígitos. Em 1999, o japonês Takahashi Kanada chegou a casa dos trilhões, com 206.158.430.000 dígitos, auxiliado por um computador. O maior cálculo de pi feito até hoje aconteceu em 2002 por matemáticos da Universidade de Tóquio. Eles conseguiram registrar 1.241.100.000.000 dígitos (Um quatrilhão).
Em 13 de março 2015, o japonês Akira Haraguchi  'recitou', de cabeça, o pi com 111.700 casas decimais.



Por Afonso Ribeiro

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