A concessão das Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa) à iniciativa
privada pode render até R$ 40 milhões ao Estado, caso mudanças sejam
realizadas para diminuir custos, modernizar a infraestrutura e praticar
tarifas de acordo com a realidade do mercado. Atualmente, as unidades de
Maracanaú, Tianguá e Barbalha movimentam cerca de R$ 1,4 bilhão e 660
toneladas (t) de mercadorias por ano.
Em nota, o Governo do Estado disse que "está realizando um estudo
detalhado para promover a concessão das Centrais de Abastecimento do
Ceará. Ao término deste estudo, em março de 2017, as informações sobre
como se dará o processo de concessão estarão disponíveis".
Enquanto o Estado está de olho no retorno financeiro e no equilíbrio de
suas contas, servidores e permissionários da Ceasa criticam o repasse
do equipamento ao setor privado e lutam contra a medida, afirmando que a
mudança representará perda de empregos, diminuição da oferta de
produtos e inflação nos preços dos alimentos no Ceará.
A Ceasa é uma instituição de economia mista, tendo o Estado como maior
acionista. A expectativa é que, com a concessão, o empreendimento passe a
ter um único operador privado. Durante 16 anos, a Ceasa foi gerida pelo
governo federal, sendo transferida no dia 13 de outubro de 1988 ao
governo estadual.
O governo estadual pretende, por meio de leilão, conceder os primeiros
ativos à iniciativa privada no 1º semestre de 2017, entre os quais estão
a Ceasa. O clima entre os trabalhadores do equipamento é de
preocupação.
Em nota, a Associação dos Servidores da Ceasa Ceará (Ascece) diz que a
concessão do equipamento trará prejuízo à economia do Estado, reduzindo o
número de empregos em até 50%. "A empresa que vencer o leilão, por
exemplo, vai priorizar o lucro, aumentando o valor dos aluguéis e
retirando os pequenos permissionários que não podem pagar. Se isso
ocorrer, o impacto negativo será grande em toda a cadeia: produção,
atacado e varejo. A oferta de produtos vai cair e os preços vão
disparar", acredita a entidade.
A Ascece acrescenta que a Ceasa é mantida pelos valores arrecadados por
meio dos aluguéis dos espaços e não gera nenhum prejuízo financeiro ao
Estado. Segundo a entidade, há anos, o governo não investe na
modernização do equipamento, cuja infraestrutura deixa a desejar. "Uma
das alternativas para melhorar a infraestrutura seria deixar os
permissionários modernizar seus próprios galpões e ganhar, por um
período de tempo, abatimento no valor dos aluguéis. Outras Ceasas do
Brasil fazem isso", destaca.
Negócios - Diário do Nordeste
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