A democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump realizaram
ontem o último esforço para manter vivas suas aspirações de chegar à
Casa Branca, no capítulo final de uma campanha histórica nos Estados
Unidos.
Depois de pouco mais de um ano de idas e vindas, dramas inesperados e
uma série sem precedentes de escândalos de todo tipo, para a
ex-secretária de Estado e o para polêmico bilionário chegou o momento de
colocar todas as cartas sobre a mesa.
Ao iniciar o último dia de campanha, Hillary Clinton se comprometeu a
trabalhar pela união nacional, caso chegue à Casa Branca. "Tenho muito
trabalho a fazer para unificar o país. Realmente quero ser a presidente
para todos, para pessoas que votaram em mim e pessoas que votaram contra
mim", disse.
De acordo com Hillary, os eleitores terão de escolher entre "a divisão,
ou a unidade, entre uma liderança firme e forte, ou uma bala perdida".
Já Trump disse, por sua vez, que uma vitória sua na eleição será um
golpe fatal ao que chamou de "establishment corrupto de Washington".
"(Hillary) Clinton é protegida por um sistema totalmente trapaceiro. E
agora os americanos farão justiça amanhã nas urnas", afirmou. "Se
ganharmos, vamos limpar essa lama", acrescentou, referindo-se à
corrupção em Washington. "Limpem a lama, limpem a lama!", gritava a
multidão para o candidato.
Ontem, pesquisas davam a liderança a Hillary, por aproximadamente 2,7
pontos percentuais na corrida eleitoral, embora a dinâmica dos últimos
dez dias de campanha tenha sido favorável a Trump.
Um modelo matemático de projeção elaborado pela rede de televisão NBC
indica que Hillary Clinton já teria assegurado pelo menos 274 votos no
colégio eleitoral, quatro a mais do que os necessários para selar sua
vitória. O site especializado FiveThirtyEight atribui a Hillary 67,9% de
probabilidades de ganhar, contra 32,1% para Trump.
O mais recente episódio da longa campanha aconteceu no domingo, quando o
FBI informou ao Congresso, em uma carta, que não pretendia apresentar
acusações formais contra Hillary pelo interminável escândalo provocado
por seus e-mails enviados de um servidor privado quando era secretária
de Estado.
O anúncio foi uma tentativa de apagar o incêndio provocado há apenas
uma semana pela mesma instituição, quando revelou que investigaria novas
mensagens relacionadas à democrata, que não haviam sido incluídas em
uma investigação anterior concluída em julho passado.
"Nós nos alegramos que este assunto tenha sido resolvido", disse a
diretora de Comunicação da campanha de Hillary, Jennifer Palmieri. A
notícia da reabertura do caso havia caído como uma bomba sobre a
campanha de Hillary, que se viu obrigada a passar vários dias dando
explicações sobre o escândalo.
Sistema de votação
A eleição presidencial americana acontecerá este ano no dia 8 de
novembro, na terça-feira depois da primeira segunda-feira de novembro,
como obriga uma lei de 1845. Através do voto universal indireto e sem
segundo turno, a eleição é realizada nos 50 estados e no Distrito de
Columbia (que conta com a cidade de Washington, Capital).
Os eleitores votam pelos candidatos a presidente e vice-presidente, e
em função dessa votação popular os candidatos adjudicam em cada estado
alguns "grandes eleitores" (delegados ao colégio eleitoral). No total
são 538, e seu número varia de acordo com os estados.
Esses delegados irão escolher depois, no dia 19 de dezembro, de maneira
oficial e meramente como uma formalidade, o presidente e o
vice-presidente dos Estados Unidos. Um candidato à Presidência deve
obter a metade mais um dos 538 grandes eleitores, ou seja 270.
Diário do Nordeste
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