A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) deu mais um passo rumo ao início
de sua operação comercial plena, prevista para este semestre. Na manhã
de ontem (25), foi enviada a primeira placa de aço para o Porto do Pecém
destinada à exportação comercial. O produto faz parte de uma encomenda
de 20 mil toneladas de placas de aço, e os transportes para o terminal
portuário irão continuar a partir da próxima segunda-feira (1º). O
embarque da carga, em direção à Turquia e Itália, será realizado até o
fim da primeira quinzena do próximo mês.
A primeira carga comercial foi encomenda pela Dongkuk - uma das sócias
da CSP -e será transportada pela CE-155, por meio de 16 carretas. Não
foi especificado para qual tipo de produto e qual fabricante irá receber
as primeiras placas de aço. As próximas exportações, que ainda estão
sem datas definidas, serão destinadas à Europa, Ásia, África e Estados
Unidos. A segunda encomenda atenderá à demanda de outra sócio da CSP, a
sul-coreana Posco.
Produção
A Siderúrgica iniciou a produção de placas há pouco mais de um mês, no
dia 20 de junho, e segue em fase de testes e ajustes. O começo das
atividades aconteceu após a conclusão e o início das operações da
aciaria, última planta do empreendimento no processo produtivo.
Na fabricação do aço, a aciaria transforma ferro-gusa em aço líquido.
No fim desse setor, há um segmento chamado de lingotamento contínuo,
onde o líquido é moldado e transformado em placas. Desde o começo da
fabricações, em junho, a CSP já produziu 68 mil toneladas do produto
final.
Toda a produção será voltada aos sócios do empreendimento, (Vale,
Dongkuk e Posco), que serão responsáveis por definir os tipos de aço e a
quantidades das encomendas conforme suas respectivas necessidades. A
produção será voltada para a geração de produtos laminados para a
indústria naval, de óleo & gás, automotiva e construção civil.
A CSP afirma que adota "tecnologia de ponta" para a produção e fabrica
cerca de 60% de aços de baixo e médio teor de carbono. O restante é
distribuído entre aços HSLA, API, ultrabaixo e alto carbono. A
Siderúrgica salienta que atender a padrões de qualidade do mercado
mundial.
Com relação aos impactos ambientais provocados pela produção, a CSP diz
que emprega tecnologias para garantir "a produção de aço com baixo teor
de enxofre e com redução de gases, principalmente de hidrogênio e
nitrogênio".
A Siderúrgica diz ainda que investiu R$ 1 bilhão na aquisição de
equipamentos e processos voltados à preservação do meio ambiente. "As
emissões atmosféricas durante a operação serão até 50% menores do que os
limites estabelecidos na legislação ambiental brasileira. Estima-se que
97% dos resíduos sólidos serão reaproveitados, índice maior do que os
95% da siderurgia nacional", diz a CSP, em nota.
Impactos
Nesta primeira fase, a CSP terá capacidade para produzir até 3 milhões
de toneladas de placas de aço por ano, gerando 2,8 mil empregos diretos,
1,2 mil terceirizados e 12 mil indiretos. Durante a fase de construção,
o empreendimento empregou mais de 45 mil trabalhadores.
A Siderúrgica projeta que as atividades de produção gerem um incremento
no Produto Interno Bruto (PIB) Industrial do Estado de 48% e no PIB
total do Ceará em 12%.
Os impactos econômicos da operação da CSP, devem superar as atividades
do próprio empreendimento. As demandas geradas com a operação da
Siderúrgica têm potencial para atrair 100 empresas atuantes em nichos de
mercado especializados para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém
(Cipp), que devem totalizar aportes de R$ 3 bilhões nos próximos dez
anos. A previsão foi concedida ao Diário do Nordeste pelo consultor
empresarial Durval Vieira, que foi contratado para auxiliar na
implementação da siderúrgica.
O consultor projeta a instalação na área de empresas com atuação nos
segmentos de equipamentos de proteção individual, segurança do trabalho,
treinamentos especializados e pintura industrial.
Diário do Nordeste
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