Daniela Aparecida Mota Dias e Maria Maceno de Souza são natural de Canindé e Damião Braz dos Santos de Mauriti.
Três cearenses estão entre os mortos na tragédia que vitimou 18 pessoas em São Paulo, na noite da última quarta-feira (8). O ônibus que fazia o fretamento de estudantes universitários
tombou na altura do km 84 da rodovia Mogi-Bertioga, entre as cidades
paulistas de Biritiba-Mirim (região metropolitana) e Bertioga (litoral).
Daniela Aparecida Mota Dias e Maria Maceno de Souza são primas, natural de Canindé e moravam com a família em São Paulo, onde cursavam faculdade. Já Damião Braz dos Santos, natural de Mauriti, era pedreiro e estudava Engenharia Civil na Universidade Braz Cubas.
Segundo moradores da cidade, as duas estudantes costumavam visitar as
famílias que moram no distrito de Salitre, próximo a Canindé.
Maria Maceno cursava Ciências Contábeis na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e estagiava em uma empresa de contabilidade. Daniela trabalhava em um hotel e estudava Arquitetura e Urbanismo
na mesma faculdade. Segundo a prima das cearenses, Soraia Masceno, as
duas tinham uma rotina agitada, trabalhavam o dia inteiro e iam a noite
para a aula. "Elas trabalhavam o dia todos e a noite iam para a
faculdade, chegavam em casa por volta de 11h30, meia noite. Quando tinha
trânsito elas chegavam ainda mais tarde".
Soraia revelou que o velório das duas jovens será em Barra do Una, no município de São Sebastião, e o enterro está previsto para ocorrer na manhã desta sexta-feira (10). Conforme a familiar, o Instituto Médico Legal (IML) deve liberara o corpo das cearenses no fim da noite desta quinta, por volta das 22h.
A prima contou que as duas estudantes foram morar em São Paulo com a
família ainda crianças e, nos últimos anos, visitaram os familiares que
ainda moram no Ceará. Ela disse também que todos estão bem abalados com a
fatalidade e que as duas "eram pessoas lindas por fora e por dentro. Eram ótimas primas, ótimas filhas e ótimas irmãs".
Em sua página no Facebook, o irmão de Maria, Carlos
Masceno, disse que este seria o último ano de Maria na faculdade e que
ela estava muito feliz. Na publicação, ele narra a dor da família.
“O choro parece ser eterno, família toda sente sua falta... Amo você
mais que tudo. Obrigado por tudo que fez não só por mim mas por todo
mundo, quando alguém me perguntar de você vou lembrar sempre de você com
aquele sorrisão no rosto e feliz do seu jeito que aquilo que as pessoas
viram em você sempre era a sua felicidade, aquilo que fazia a diferença
em você”, disse na postagem.
O outro irmão de Maria, Jose Wilamar, também falou da jovem em sua
página no Facebook. Ele afirmou, ao postar foto de Maira e Daniela, que
hoje tudo “se fechou em uma enorme e eterna lágrima”. “Irmã que Deus a
tenha em um bom lugar junto com a nossa prima”, publicou.
Já Damião trabalhou por oito anos como cozinheiro de um hotel,
mas pediu demissão há cerca de três anos porque trabalhava à noite e
queria fazer faculdade. O primo do cearense, Orlando Xavier, contou que
Damião era um lutador que saiu muito jovem da cidade de Mauriti para
viver no litoral de São Paulo, onde conheceu a mulher Juliana Xavier dos
Santos, 34. O casal estava junto havia mais de 15 anos e tinha um filho
de 12 anos.
O sepultamento de Damião também irá ocorrer em São Paulo. De acordo com
uma amiga da família, a mãe do cearense já está viajando para a cidade
paulista para se despedir do filho.
A Universidade de Mogi das Cruzes divulgou nota em que
solidariza com as famílias das vítimas e decretou luto oficial de dois
dias. No texto, a instituição afirma que aguarda a lista oficial de
vítimas ser divulgada pelos órgãos competentes para disponibilizar
informações. A Universidade Braz Cubas também decretou luto oficial e suspendeu as atividades até esta sexta-feira (10).
Veja como foi o acidente
O acidente também deixou 17 feridos. Havia 35 pessoas no veículo.
Morreram 17 estudantes e o motorista, Antonio Carlos da Silva, 37. Os
alunos são de São Sebastião, no litoral norte de São
Paulo, e faziam todos os dias o trajeto entre o município e Mogi das
Cruzes, cidade da Grande SP com duas universidades.
O ônibus era fretado pela Prefeitura de São Sebastião, que decretou luto de três dias -as aulas nas escolas foram suspensas.
Segundo boletim de ocorrência, o ônibus trafegava pela rodovia quando,
"por motivos desconhecidos, perdeu o controle da direção, invadiu a
pista contrária, atingindo uma rocha e capotando em seguida, parando
tombado com a capota prensada na rocha e parado num córrego de água
pluvial, virado para baixo".
Do total de vítimas, 15 morreram no local, entre elas o motorista. A 16ª vítima morreu no pronto-socorro em Bertioga; outras duas morreram no Hospital Santo Amaro, em Guarujá. O hospital disse ainda que quatro vítimas permanecem no local -uma em estado grave.
Diário do Nordeste
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