Brasil e Argentina fecham acordo automotivo.

 A partir de 2020, a intenção é que haja um acerto de longo prazo para o livre-comércio entre os dois países.
 
Os governos do Brasil e da Argentina fecharam um novo acordo automotivo que terá validade nos próximos quatro anos. A partir de 2020, a intenção é que haja o esperado livre-comércio entre os dois países, acerto de longo prazo que, para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, trará benefícios aos parceiros por conferir maior previsibilidade ao setor.
O acordo atual vence no fim do mês. Em reunião realizada na quinta (23) e na sexta-feira (24) em Brasília, ficou estabelecido que a relação entre os valores das importações e das exportações de veículos e autopeças não deverá ser superior ao coeficiente de desvio sobre as vendas (flex) de 1,5 no período que compreende junho de 2015 a junho de 2020.
Isso significa que o Brasil pode exportar US$ 1,5 para cada US$ 1 importado da Argentina livre de impostos. Se alcançadas as condições para o aprofundamento da integração produtiva, com o desenvolvimento equilibrado das estruturas dos dois países, o flex poderá passar para 1,7 em 2019, desde que haja acordo prévio entre as partes.
Maturidade
Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, o acordo é muito positivo. "Houve maturidade dos dois governos porque, para nosso setor, a questão de previsibilidade é fundamental e nos dá mais segurança para definir investimentos".
Ele lembrou que, nas últimas negociações, o acordo vinha sendo prorrogado por apenas um ano, o que gerava insegurança entre as empresas.
Exportações
Até maio de 2016, as exportações em geral da Argentina caíram 31,3%. O Brasil, principal cliente do país, reduziu compras em razão da crise econômica que levou à uma queda de 26,6% nas vendas internas.
Por outro lado, as exportações brasileiras, que têm como principal destino a Argentina, cresceram 21,8% com momento de recuperação do país. Por conta disso, a Argentina ultrapassou o flex e as montadoras teriam de pagar a diferença de impostos pelo saldo excedente. Fora do acordo, a alíquota é de 35%.
Para evitar a penalidade causada por questões conjunturais, a validade do acordo retrocede a 2015. Assim, a contabilidade do flex será feita com base nas exportações e importações efetivadas ao longo de cinco anos. "Tomar uma medida punitiva por problemas conjunturais não parece razoável", pontuou Megale.

Diário do Nordeste

Comentários