Os namorados não só excedem os gastos, como também devem recorrer, ainda mais, ao cartão de crédito.
Apesar da previsão de queda de 17% nos gastos dos brasileiros com
presentes para o Dia dos Namorados apontada pela sondagem do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL), 32,2% dos entrevistados no levantamento
admite que gasta além das próprias condições financeiras para presentear
o parceiro ou parceira. Do total de pessoas que vão fazer compras para a
data neste ano, 31,4% reconhecem que estão com o nome sujo.
Os namorados não só excedem os gastos, como também devem recorrer mais
ainda ao cartão de crédito para tentar agradar na data. O pagamento à
vista em dinheiro deve ser a forma utilizada por quase metade (47,1%)
dos entrevistados, mas o parcelamento no cartão passou de 15,7% no ano
passado para 20,1% em 2016. Outros meios de pagamento usuais neste ano
deverão ser o cartão de crédito à vista (15,5%) e o cartão de débito
(11,6%).
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, em um momento
em que as pessoas estão inseguras em seus empregos, comprar o presente à
vista em dinheiro pode ser uma boa alternativa para fugir do
endividamento. Entretanto, ela chama a atenção para o crescimento na
quantidade de quem vai parcelar. "O ideal é evitar o abuso de
parcelamentos para evitar o comprometimento da renda com prestações",
orienta. Em 2015, as compras do Dia dos Namorados deixaram um em cada
dez entrevi stados inadimplentes.
Vendas com cheque
Para a data comemorativa, as compras com cheques devem crescer 8% no
Nordeste, como aponta o estudo apresentado pelo TeleCheque, serviço
oferecido pela MultiCrédito.
"Com o cenário de mercado restritivo em relação ao crédito, o cheque
vem se consolidando como uma alternativa para o consumidor", afirma
Flávio Vaz Peralta, vice-presidente comercial da MultiCrédito.
Presentes acessíveis
"Mudam os tipos de presentes e os valores, mas as pessoas continuam
presenteando. Existe uma limitação de bolso, mas existe bolso", explicou
o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL),
Severino Neto, que espera uma estabilidade nas vendas para a data, em
comparação a igual período de 2015, o que seria "uma vitória" para o
comércio cearense. Em anos anteriores, o ticket médio dos presentes era
de R$ 100, em 2016, ele acredita que será menor.
Peças de vestuário, chocolate, bijuteria, flores e livros estão entre
os produtos mais procurados. "Há uma expectativa positiva para os
shoppings, sendo esperado alta de 5% nas vendas. Para o fluxo espera-se
um aumento de até 20%", enfatizou a coordenadora regional da Associação
Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Jacqueline Braga, ressaltando
que os shoppings estão usando a criatividade, utilizando várias
estratégias para atrair os consumidores.
Diário do Nordeste
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