Sérgio Moro condena José Dirceu a 23 anos de prisão em ação decorrente da Lava-Jato

Esta foi a primeira condenação de José Dirceu pela Lava-Jato, mas ainda cabe recurso.


O juiz federal Sérgio Moro condenou nesta quarta-feira (18) o ex-ministro José Dirceu a 23 anos de prisão. O petista foi condenado pelos crimes de corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro, todos ligados ao esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava-Jato.
Outros sete investigados também foram condenados, incluindo um irmão de Dirceu, João Vaccari Neto e Renato Duque.
Esta foi a primeira condenação de José Dirceu pela Lava-Jato, mas a decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso. Ele foi preso em agosto do ano passado na 17ª etapa da operação, a Pixuleco. O também ex-presidente do Partido dos Trabalhadores já havia sido condenado por crimes ligados ao Mensalão em 2012.
Na decisão, Moro afirma que o "mais perturbador" é que Dirceu continuou a receber propinas e praticar crimes mesmo enquanto estava sendo julgado pelo STF no caso do Mensalão.
A condenação partiu de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), aceita em setembro do ano passado, tratando de atos ilícitos na diretoria de serviços da Petrobras. O documento lista 129 atos de corrupção ativa e 31 de corrupção passiva realizados entre 2004 e 2011.
A investigação do MPF apurou que foram desviados cerca de R$ 60 milhões e outros R$ 65 milhões foram lavados. O processo observou irregularidades em contratos de empresas terceirizadas contratadas pela diretoria de serviços. O órgão público afirma que eram pagas prestações mensais a a Dirceu através de Milton Pascowitch, lobista delator da Lava-Jato. 
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro, também foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por lavagem e "pertinência à organização criminosa". O corretor de imóveis Júlio César dos Santos recebeu condenação de 8 anos de reclusão pelos mesmos crimes.
O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recebeu 9 anos de prisão e o ex-diretor de serviços da Petrobrás, Renato Duque, pegou 10 anos, ambos por corrupção.
O empreiteiro Gerson Almada, da Engevix, pegou 15 anos e 6 meses de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro e o empresário Fernando Moura, delator da operação, teve decretados 16 anos e 2 meses de prisão.
Roberto ‘Bob’ Marques, ex-assessor de Dirceu, foi condenado a 3 anos de reclusão, pena foi substituída por prestação de serviço à comunidade e prestação pecuniária.

Diário do Nordeste

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