Outros nomes cotados para o BC são os de Ilan Goldfajn, Eduado Loyo e Mário Mesquita.
O economista Carlos Kawall é hoje o nome mais cotado para assumir a presidência do Banco Central (BC)
num eventual governo do vice-presidente Michel Temer. Kawall foi
secretário do Tesouro Nacional durante o governo do ex-presidente Lula e
atualmente é economista-chefe do Banco Safra. Uma das propostas em
discussão no grupo de Temer é fazer uma mudança de toda a diretoria do
BC.
Com experiência no governo, Kawall, que também foi diretor do BNDES,
tem forte trânsito na área técnica do governo. Pelo menos uma vez por
mês, tem mantido reuniões com a diretoria do BC em Brasília. Nos últimos
meses, trabalhou numa proposta de mudanças nas normas de relacionamento
do Tesouro com o BC.
O seu estudo sobre balanço dos bancos centrais ajudou na elaboração de
proposta de projeto de lei encaminhada ao Congresso Nacional pelo
ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que cria um
depósito voluntário remunerado dos bancos no BC em substituição de parte
das operações compromissadas (feitas para administrar a liquidez do
mercado).
Kawall também propôs no estudo o uso do excesso de caixa do Tesouro
para abater a carteira de títulos do BC, após a criação do depósito
voluntário. Ele integrou a equipe do ex-ministro da Fazenda, Guido
Mantega, em 2006, mas teve uma passagem relâmpago no comando do Tesouro.
Deixou a equipe pouco tempo depois de assumir o cargo, desconfortável
com os rumos da política fiscal.
Ele defendia a necessidade de o governo impor limites para o
crescimento do gasto público, posição que perdeu força junto ao então
presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas discussões sobre o pacote de
medidas que estava sendo elaborado na época.
Outros nomes cotados para o BC são os de Ilan Goldfajn, Eduado Loyo e Mário Mesquita.
Os três atuam hoje no setor privado, mas já tiveram passagem pela
diretoria do BC. Inclusive na gestão de Meirelles, o mais longevo à
frente do BC.
Transição
Em meio às incertezas políticas sobre uma eventual transição, no BC uma
mudança de comando tende a se dar de forma suave. Caso o impeachment da
presidente Dilma Rousseff seja aprovado pelo Senado, o
presidente do BC, Alexandre Tombini, colocará seu cargo à disposição,
como é de praxe, mas deve selar o compromisso de se manter no comando
para fazer a transição.
Essa transferência no BC deve se dar até que um novo substituto seja
nomeado e esteja apto a assumir o cargo, o que poderia levar alguns
meses por causa do processo específico que precisa ocorrer dentro da
instituição e que precisa passar pelo Congresso. O mais provável, no
entanto, segundo interlocutores próximos ao vice-presidente Michel
Temer, é que o novo governo tente acelerar esses trâmites com os
parlamentares, para que a permanência de Tombini seja a mínima
necessária.
Tecnicamente, Tombini não precisaria fazer esse procedimento formal de
entregar o cargo porque o mandato do BC já é do presidente da República,
mas o gesto sinalizaria uma mudança mais "orgânica" dentro de uma área
do governo considerada sensível para o mercado financeiro.
O BC tem um calendário próprio, que tende a passar ao largo das
questões políticas. Esse calendário deve seguir normalmente durante o
possível afastamento de Dilma, com as entrevistas de fim de mês à
imprensa, encontros com economistas do setor privado e intervenções no
mercado financeiro, entre outros pontos. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
Diário do Nordeste
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