Iguatu O distrito de Barro Alto, zona rural deste
município, na região Centro-Sul do Ceará, vem investindo no plantio
irrigado de frutas tropicais - banana, goiaba e graviola. A demanda é
crescente, o mercado permanece favorável e a atividade assegura melhoria
de renda da agricultura familiar. A preocupação, entretanto, é com a
escassez de água, pois nos últimos anos houve investimento em
equipamentos de irrigação e também implantação de várias técnicas
produtivas modernas.
Além de queda do nível de água oriunda do lençol freático, o ataque de
pragas é outro desafio a ser enfrentado. Os produtores mostram-se
dispostos a continuar produzindo. Um exemplo vem do sítio Barra do
Cangati, no distrito de Barro Alto. O agricultor Francisco Pereira da
Silva faz o cultivo de graviola em uma área de um hectare. O pomar conta
com 800 pés do fruto e foi formado a partir de sementes selecionadas.
Na propriedade, a graviola divide espaço com goiaba e acerola, além do
cultivo de hortaliças. "Apostei na diversidade de frutos para ter renda
semanal", disse. "Sempre há culturas em produção".
O cultivo de graviola veio reforçar a renda familiar. O fruto é
cultivado nas regiões tropicais e se adaptou bem às regiões Norte e
Nordeste do Brasil. É comumente usado para o processamento de sorvetes,
polpas e sucos. Tem composição em média de 65% de polpa, que é
aromática, branca, de sabor suave e é levemente ácida. Rica em vitaminas
A, C e do complexo B, além de cálcio, ferro, fósforo, magnésio e
potássio.
Adubação
Segundo o produtor Francisco Pereira, os tratos culturais com a planta
são relativamente simples. "É preciso adubação, feita de acordo com
análise do solo, manutenção de limpeza dos pés e poda", explica. "O
cultivo de graviola é novidade aqui na região, mas os resultados são
satisfatórios".
O espaçamento mais indicado para o cultivo do fruto é de seis por seis
metros. A planta pode atingir até oito metros de altura. Pereira optou
por um espaço mais reduzido, quatro por quatro metros, e implantou
sistema de irrigação por aspersores. "Hoje sem tecnologia não dá para se
produzir mais nada", afirma. "A irrigação moderna é a nossa salvação
porque economiza o recurso hídrico, reduz despesas com energia e a
produção fica assegurada".
Os produtores da região já começam a sofrer com a escassez de água,
mesmo em áreas próximas às várzeas do Rio Jaguaribe. "O lençol freático
vem baixando", observa o agrônomo José Teixeira Neto. "A dificuldade de
acesso ao recurso hídrico é uma limitante".
Com os tratos culturais adequados, uma graviola pode chegar a pesar
três quilos, mas Francisco Pereira já colheu frutos de até cinco quilos.
A preocupação atual do produtor é com o ataque de pragas nos últimos
meses. "Estamos combatendo e vamos seguir em frente porque a nossa renda
é da agricultura", frisou o agrônomo.
O valor de mercado está satisfatório. Em média, o quilo da graviola é
vendido por R$ 5, no campo. Neste mesmo período de 2014, o produtor
chegou a lucrar R$ 15 mil. Neste ano, em decorrência do ataque de
pragas, deve ocorrer uma queda estimada em 40%.
A graviola é um fruto relativamente resistente, mas susceptível a
doenças e pragas, sendo as mais comuns broca e antracnose. A broca é o
problema mais comum de todos. O produtor disse que segue orientação de
técnicos da Secretaria de Agricultura do Município. "Todos os dias estou
no pomar, verificando as plantas, a floração e faço coleta dos frutos
atacados para evitar que a doença se alastre para outros pés sadios".
Goiaba
Desde a década passada que o cultivo de goiaba vem crescendo na região
Centro-Sul, com pomares em Iguatu, Jucás e Cariús, somando mais de 50
hectares.
A caixa padrão comercial de 25 quilos é vendida por R$ 30, em média. O
quilo do mamão custa R$ 0,60 e o milheiro da banana prata varia entre R$
140 e R$ 170, dependendo da qualidade do fruto. Já a comercialização da
banana nanica para a indústria tem preço baseado no quilo, R$ 0,30.
Diário do Nordeste
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