
Há sete anos, o cenário era diferente. O Estado tinha somente seis
jatos. O crescimento expressivo não foi exclusividade do Ceará. Em todo o
Brasil, a frota mais que dobrou desde 2008, passando de 350 para a
atual soma de 840 unidades.
O País, atualmente, ocupa a terceira posição em volume na aviação executiva, bem ao lado do México, com 880.
Ambos só perdem com grande diferença para os Estados Unidos, que
dominam a primeira posição, com quase 12 mil unidades em operação. Com
relação aos produtos da Embraer, dos 900 jatos executivos entregues em
60 países, pouco mais de 170 estão no Brasil.
A segunda posição já pertenceu ao País entre 2010 e 2013. No entanto,
com a instabilidade financeira recorrente desde o ano passado, a
confiança em comprar jatos executivos ficou em segundo plano para as
grandes corporações.
Afinal, como aponta Marco Túlio Pellegrini, presidente e CEO da Embraer
Jatos Executivos, é a saúde da economia nacional que movimenta - de
maneira favorável ou não - a frota flutuante da aviação executiva.
Receita
Porém, mesmo com a crise do Brasil, isso não compromete as previsões de
receita da Embraer. Na verdade, a crise voa longe dos seus planos. O
motivo está no fato de ela ser global.
Por isso, a receita da Embraer atingiu US$ 6,28 milhões no ano passado e
ainda deve superar um pouco essa margem neste ano, com expectativa de
até US$ 6,4 milhões.
"No Brasil, em particular, houve uma redução substancial do interesse
pelos jatos executivos em função da situação econômica, o que a gente
tem compensado com a venda em outras regiões, principalmente no mercado
americano", pontua Marco Túlio Pellegrini.
Em 2014, a aviação executiva entregou 116 jatos executivos, que geraram
US$ 1,6 bilhões. Para este ano, a expectativa é de crescimento. Só no
primeiro semestre, a Embraer entregou 45 jatos executivos, sendo nove de
porte grande e 36 leves.
Com isso, foi gerada uma receita de US$ 570 milhões de um total de US$
2,57 bilhões da companhia, o que representa 22% do volume.
Entregas
Ao longo do ano, a previsão da Embraer é de entregar de 80 a 90 jatos
leves e de 35 a 40 grandes, gerando uma receita de US$ 1,7 bilhão a US$
1,85 bilhão. Isso significa 28% da receita projetada da Embraer S.A.
Para o período. Quanto a aplicações, neste ano a empresa pretende
investir em torno de US$ 650 milhões em diferentes atuações, que vão
desde o setor comercial até o de defesa e segurança.
Com relação a jatos executivos, nos últimos anos, mais precisamente
desde 2007, a empresa investiu US$ 750 milhões em dois modelos de médio
porte para oferecer tecnologia e conforto, que geralmente são
encontrados em modelos com preços a partir de US$ 50 milhões.
A primeira novidade foi revelada ainda no segundo semestre de 2014: o
Legacy 500, que custa a partir de US$ 20 milhões, a depender dos móveis e
acabamentos escolhidos para personalizar o ambiente.
Convertendo-se o valor em real e adicionando-se os impostos, seria algo
em torno de R$ 85 milhões. Mais de dez modelos já foram entregues e
estão em operação. Um deles, inclusive, pertence ao ator Jackie Chan.
Legacy 450
Quanto ao Legacy 450, em cuja avant premiere o Diário do Nordeste
esteve presente, a chegada ao mercado está marcada para o fim deste ano.
O preço do jato é a partir de US$ 17 milhões, o que equivaleria a
aproximadamente R$ 75 milhões. Ambas as versões são produzidas na
unidade em São José dos Campos, no Interior de São Paulo.
Os dois modelos compartilham dos mesmos atributos tecnológicos, como o
controle de voo totalmente digital, conhecido como full fly-by-wire. Em
termos práticos, essa tecnologia aumenta a estabilidade e precisão do
voo, além de reduzir o peso da aeronave e a carga de trabalho do piloto.
Quanto às diferenças, estão precisamente em números. O primeiro
refere-se ao de autonomia de voo. O 500 sustenta uma viagem de quase 6
mil quilômetros, o que representa uma distância de São Paulo a Bogotá;
enquanto isso, o 400 aguenta um percurso um pouco menor, de quase 5 mil
quilômetros, o que seria de São Paulo a Lima. Outra distinção é a
capacidade de passageiros. O primeiro é para oito a doze ocupantes e o
segundo, para sete a nove pessoas.
Com a chegada deles, a Embraer soma sete opções na família da aviação
executiva, a qual representa 15,8% da sua receita. A fatia mais
representativa está no setor comercial, com 62,7% de participação.
Diário do Nordeste
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