O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, diz que o partido flerta com
Ciro Gomes desde 2002. Ele alega que Cristovam Buarque só é contra o
ingresso dos Ferreira Gomes porque deseja ser candidato a presidente em
2018.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que já considera
certa a entrada dos irmãos Cid e Ciro Gomes no partido. O dirigente
salientou que, nacionalmente, a única voz de oposição à chegada na
legenda das lideranças hoje filiadas ao PROS é o senador Cristovam
Buarque, que quer ser candidato a presidente da República pelo PDT em
2018, posto esse que Ciro Gomes é cotado a disputar.
Carlos Lupi também declarou ser favorável à permanência do deputado
Heitor Férrer no PDT, pretenso candidato a prefeito de Fortaleza,
postulação insustentável diante da filiação do prefeito Roberto Cláudio,
que vai concorrer à reeleição. O presidente nacional sugeriu que Heitor
Férrer continue no PDT e dispute o cargo de prefeito em 2020.
A declaração de Lupi ocorreu antes de ele participar, na noite de
ontem, de encontro promovido pelo PDT cearense, que reuniu lideranças
municipais e estaduais da agremiação para explicar aos filiados como
estão as negociações para o ingresso do grupo ligado a Cid e Ciro Gomes
no PDT. Carlos Lupi alegou que o seu partido flerta com os Ferreira
Gomes desde 2003, quando Ciro deixou o PPS para se filiar ao PSB.
Lembrou ainda que em 2013, quando o grupo deixou o PSB rumo ao PROS, o
PDT voltou a fazer o convite.
"Apoio a Ciro desde 2002, quando ele foi candidato a presidente da
República. Depois o PDT fez um convite em 2003, quando ele saiu do PPS, e
novamente em 2013. Desde então afunilou (a relação) e hoje dou como
certa a vinda do grupo deles", resumiu Lupi.
Promessas
O dirigente destacou que não houve promessas por parte do PDT em
relação a uma candidatura de Ciro Gomes em 2018, mas reforçou que o
partido não vai vetar o nome do ex-ministro. Ele diz ainda que o senador
Cristovam Buarque tem o direito de pleitear a candidatura de
presidente, mas o caso só deve ser definido nos próximos anos.
"Não tem mais nenhuma (liderança além do Cristovam que se oponha), você
pode pesquisar. Estamos tratando disso há muito tempo e o Cristovam
também é candidato a presidente. É esse que é o problema do Cristovam,
por isso ele acha que tem a primazia. Eu falei: Cristovam, mas também
ninguém vai vetar você", destacou Lupi. "Eles vêm e podem ir de vereador
a presidente da República. Vamos ver, se tiver que competir, faz parte
do processo. Ele acha que o Ciro é maior do que ele, que já vai ser
avassaladora a presença dele".
Sobre a situação do deputado Heitor Férrer, que pode sair do partido
após a filiação do grupo dos Ferreira Gomes, Carlos Lupi salientou: "Ele
sabe que eu gostaria muito que ele permanecesse no partido, há tempo
para ele galgar outras funções, quem sabe até a sucessão do Roberto
Cláudio. Ele deveria pensar muito antes de sair do partido. Ainda não
conversamos sobre isso. Heitor é um grande quadro, mas ele tem que
entender que a política nacional é maior do que a política local",
ressaltou. O deputado Heitor Férrer não foi ao encontro do de ontem do
PDT alegando ter viajado à sua cidade natal, Lavras da Mangabeira.
Questionado sobre a instabilidade partidária dos irmãos Ferreira Gomes,
cuja fama é de trocarem de sigla com facilidade, o presidente nacional
do PDT diz ser otimista em relação à permanência das lideranças
cearenses no grêmio. "A vinda do Ciro é uma espécie de ele se encontrar
com seu próprio destino. O destino é o futuro de um Brasil melhor para
todos nós", avaliou.
O presidente estadual do partido, deputado federal André Figueiredo,
admitiu a filiados que a negociação para a entrada de Cid e Ciro está
avançada. "O encaminhamento está sendo dado de que efetivamente eles
venham para o PDT", confirmou.
Processos disciplinares
No início do evento, Figueiredo anunciou aos filiados que o partido vai
dar continuidade aos processos disciplinares contra lideranças que
desobedeceram as orientações da legenda nas eleições de 2014. Hoje, um
dos impasses para a oficialização do ingresso do grupo ligado aos
Ferreira Gomes são divergências locais entre diretórios municipais do
PROS e do PDT. Em alguns municípios, inclusive, os pedetistas apoiaram a
candidatura ao Governo do Estado do senador Eunício Oliveira (PMDB).
André Figueiredo teceu elogios a Heitor Férrer e disse que o colega de
partido tem sido informado sobre todo o andamento das negociações com os
irmãos Ferreira Gomes. No encontro de ontem, estavam presentes
lideranças municipais e estaduais do PDT. Os deputados Evandro Leitão,
líder do Governo Camilo Santana na Assembleia Legislativa, e Ferreira
Aragão chegaram atrasados ao evento.
A respeito da conjuntura nacional, o presidente nacional do PDT, Carlos
Lupi, declarou que o partido não saiu da base aliada da presidente
Dilma Rousseff, justificando que ainda continua com o Ministério do
Trabalho. O dirigente explicou que a legenda se afastou da liderança do
Governo na Câmara Federal, hoje sob o comando do deputado cearense José
Guimarães.
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