A missão seguirá até o próximo domingo (2), quando os expedicionários
retornarão à Teresina. Até lá, o grupo visitará as cidades de Campo
Maior, Juazeiro do Piauí, Castelo do Piauí e Buriti dos Montes, no
Estado vizinho. No Ceará, percorrerão Crateús, Novo Oriente e
Quiterianópolis, onde está situada a nascente do Rio Poti.
Unidades de Conservação
A missão, realizada pelo Instituto CO2 Zero, tem como objetivo
prospectar áreas com potencial para a criação de Unidades de
Conservação, em especial, na nascente e na região do cânion do rio, e
também a realização de audiências públicas nas cidades de Buriti dos
Montes (PI), Crateús e Quiterianópolis (CE), no sentido de ouvir as
demandas da sociedade local em relação às questões ambientais, bem como
costurar uma agenda comum entre os dois Estados, governo federal e
sociedade civil, como mecanismo de produção de uma política
preservacionista democrática e participativa para toda a bacia do rio.
O organizador da expedição é o cientista social, especialista em Gestão
Pública e Conservação de Arte Rupestre, Rubens Luna. Ele é membro do
Instituto CO2 Zero, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público (Oscip), com sede em Brasília, a qual desenvolve projetos de
sustentabilidade em parceria com os entes públicos e iniciativa privada
que contribuam para a transição da sociedade rumo à economia de baixo
carbono.
Segundo Rubens Luna, a comitiva especial será formada por
representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Seccional Piauí e
Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Piauí, patrocinadores da
"Expedição Poty".
Membros da Secretaria de Meio Ambiente de Teresina, do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Piauí, da
Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará, da Secretaria de Meio
Ambiente de Crateús, da Secretaria de Meio Ambiente e Câmara Municipal
de Quiterianópolis também participarão.
"A Expedição Poty é fruto de um esforço concentrado de muitas mãos em
conjunto, porém parte da pesquisa que já realiza há 20 anos sobre esta
importante bacia hidrográfica que redundou na montagem do projeto:
Mosaico de Unidades de Conservação para o Cânion do Rio Poty. A Comissão
de Meio Ambiente da OAB/PI, presidida por Esdras Nery, tomou
conhecimento do projeto e realizou uma Audiência Pública na sua sede,
que contou com diversas instituições representativas dos Estados do
Piauí e do Ceará. Ali, apresentei o projeto aos presentes, onde foram
relacionadas várias deliberações, dentre as quais: a formação de um
grupo de estudo para avaliar o projeto, e a realização da expedição que
ora se concretiza", acrescentou.
Nascente
A partir deste segundo semestre a Associação Caatinga, começara a
desenvolver o projeto "Água Preservada", em continuidade dos trabalhos
de preservação das nascentes do Rio Poti, no Sertão dos Inhamuns. Como
as fontes estão localizadas em Quiterianópolis, parte da ação está sendo
concentrada nesse Município. Das 20 nascentes do Poti identificadas,
apenas três estão situadas dentro da Reserva Natural da Serra das Almas,
uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN). O restante fica em
propriedades particulares. Os trabalhos ambientais foram iniciados em
2011.
Conforme um dos membros do Comitê de Bacias Hidrográficas (CBH) dos
Sertões de Crateús, Cícero Lacerda, no seu Município, as águas que
formam as nascentes brotam de dois pontos, no pé da Serra do Araripe, no
distrito de Algodões, mais precisamente na Fazenda Jatobá, a cerca de
40 quilômetros de Quiterianópolis. Uma das nascentes surge no Olho
D'água do Fundão, uma piscina natural, escondida numa caverna. A outra,
no Olho D'água da Gameleira, que aparece no tronco de uma árvore com
esse mesmo nome.
"A área é uma propriedade particular, mas encontra-se preservada.
Membros do CBH, um colegiado formado por representantes do poder público
e da sociedade civil, e a Secretaria do Meio Ambiente de
Quiterianópolis, estão dialogando com o proprietário da área e propondo
que ele a transforme em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural
(RPPN). O proprietário da área da nascente já se mostra interessado em
desenvolver ações que preservem aquela área e busca apoio para colocar
esse projeto em prática. Agricultores que produzem nas margens do Poti
já cultivam horticultura nos quintais produtivos e adotam o plantio em
forma de mandalas para diminuir os impactos ambientais da atividade
agrícola", ressaltou.
Entretanto, o Rio Poti sofre com a degradação e muitos trechos estão
assoreados. Em alguns deles está muito raso e quase completamente
soterrado. Umas das causas para essa situação é o uso impróprio das suas
margens, principalmente a aragem das terras das várzeas ou baixios para
prática da agricultura de sequeiro e criação de animais.
Aproximadamente 30 comunidades margeiam o Poti. Ele abastece os
principais reservatórios da região, o Açude Colinas; e o de Novo
Oriente, o Flor do Campo, completou Lacerda.
Fique por dentro
Águas correm entre os Estados do Ceará e Piauí
A Bacia do Rio Poti abrange aproximadamente 52 mil quilômetros
quadrados. O Rio, com extensão de 450 quilômetros, nasce na Serra da
Joaninha, no Município de Quiterianópolis, no Sertão de Crateús, Estado
do Ceará, e segue no sentido sul-norte, passando pelo município de Novo
Oriente e pela cidade de Crateús, onde passa a correr no sentido
leste-oeste. Ele serpenteia por alguns municípios do Piauí e alcança a
cidade de Teresina, até desaguar no Rio Parnaíba, na capital piauense.
Mais informações:
Instituto CO2 Zero
Av. W3 Sul Quadra 502 Bloco C
Loja 37 Asa Sul - Brasília
Telefone: (61) 3221-1039
E-mail: contato@co2zero.eco.br
Alex Pimentel
Colaborador
Fonte. Diário do Nordeste
Instituto CO2 Zero
Av. W3 Sul Quadra 502 Bloco C
Loja 37 Asa Sul - Brasília
Telefone: (61) 3221-1039
E-mail: contato@co2zero.eco.br
Alex Pimentel
Colaborador
Fonte. Diário do Nordeste
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