Uma batata quente daquelas que passa de mão em mão e ninguém quer de jeito nenhum. É assim que Ceará e Fortaleza estão lidando com o favoritismo para a decisão do Campeonato Cearense de 2018, que começa na próxima quarta-feira, às 21h45min, na Arena Castelão.
Regra
não escrita mas presente o tempo todo nas análises de atletas,
torcedores, dirigentes e jornalistas, o favorito carrega um peso que nem
todos os elencos são capazes ou têm maturidade para suportar.
Não
é das tarefas mais fáceis reconhecer-se melhor do que o adversário, até
porque perder um título tendo o favoritismo a seu favor é muito mais
doloroso do que uma derrota já esperada.
Como consequência desses
receios que cercam o Clássico-Rei, os personagens, especialmente nos
jogos mais importantes, preferem rechaçar o favoritismo como algo que
sequer pode ser citado.
Tanto que, logo após as confirmações
óbvias de que estariam na final, no domingo passado, técnicos e
jogadores de Ceará e Fortaleza tomaram posturas idênticas, em um
confronto de palavras com o objetivo de empurrar a responsabilidade para
o outro lado.
O primeiro a deixar a estratégia clara foi Rogério
Ceni. De forma contundente, o técnico do Tricolor, desde o começo de
temporada, analisou o momento do Ceará formando um grupo de atletas para
a disputa do Campeonato Brasileir da Série A. Elogiando o rival,
lembrando dos bons resultados em 2018 e dos investimentos realizados,
Ceni mandou o recado.
“É o melhor momento do time na década. Eu
sei porque acompanho faz tempo o clube. Ficaria até chato o Ceará não
ser campeão nessas condições”, sentenciou após o Leão vencer o Floresta
por 3 a 1 nesse domingo, no estádio Presidente Vargas.
A
declaração, que chegou rápido ao Ceará, teve resposta imediata.
Ricardinho, um dos líderes do Alvinegro - dentro e fora de campo -,
tratou de responder ainda no gramado do Castelão depois da derrota para o
Uniclinic por 1 a 0: “Eles conquistaram a vantagem de jogar por dois
empates, então é o Fortaleza que sai na frente”.
Técnico do
Ceará, Marcelo Chamusca foi ainda mais enfático do que seu jogador.
Firme nas respostas quando informado sobre o teor das declarações de
Ceni pelos repórteres, ele avaliou a opinião do treinador adversário
como uma tática evidente de transferência de responsabilidade.
“Não
existe favoritismo. É uma estratégia que ele (Ceni) está usando”,
alertou o comandante alvinegro, fazendo questão de dizer que as
declarações pouco importam e, sim, os resultados das partidas.
O POVO
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