Mesmo com a ampliação do desemprego em todo o País no ano passado, 26 dos 64 municípios com mais de 30 mil habitantes do Ceará ainda conseguiram encerrar o ano com crescimento do estoque de trabalhadores com carteira assinada. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Itapipoca apresentou o maior saldo de empregos no Estado, com a geração de 981 vagas formais.
Municípios de várias macrorregiões se destacaram na geração de postos
de trabalho, assim como Itapipoca, que fica na região Norte do Estado.
Na cidade, foram contratadas 3.310 pessoas e outras 2.329 demitidas, o
que gerou o saldo positivo. Em segundo lugar está Brejo Santo, no
extremo sul do Estado, que contratou 2.363 profissionais e demitiu
outros 2.081, totalizando um saldo de 282.
No Sertão Central, os mercados de Santa Quitéria e de Quixeramobim
também se expandiram. Foram 518 contratados e 329 demitidos em Santa
Quitéria, com um saldo de 189 empregos, e, em Quixeramobim, 1.472
admitidos ante 1.298 desligados, resultando em 174 vagas formais a mais.
Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), completa o ranking
com 124 novos postos de trabalho, resultado de 5.703 admissões e 5.579
demissões.
Retração na RMF
Por outro lado, a RMF apresentou a maior retração do estoque de
assalariados. O recuo foi mais intenso em Fortaleza, que perdeu 18.045
vagas formais. No ano, foram contratadas 241.233 pessoas na Capital,
enquanto outras 259.278 foram demitidas no período. Em segundo lugar,
Caucaia teve 3.807 empregos a menos, seguida por São Gonçalo do Amarante
(-3.311), Sobral (-2.220) e Maracanaú (-2.131).
De acordo com Erle Mesquita, coordenador de Estudos e Análises de
Mercado do Instituto do Desenvolvimento do Trabalho (IDT), os resultados
positivos em relação ao mercado de trabalho são pontuais e
intrinsecamente ligados à ações como a instalação ou expansão de uma
indústria ou mesmo um concurso realizado pelo município.
"No caso de Itapipoca, por exemplo, o crescimento foi puxado pela
indústria da transformação", pontua. Entre os que ampliaram o estoque de
assalariados, ele destaca municípios do litoral oeste, da zona norte,
da região dos Inhamúns e da Região Metropolitana do Cariri (RMC). O
coordenador pondera, entretanto, que metade das cidades cearenses
apresentaram resultados negativos. "Apenas 13 municípios, em todo o
Estado, geraram mais de 100 postos de trabalho em todo o ano".
Ele aponta que o ano passado foi de aprofundamento dos reflexos da
retração econômica sobre o território cearense, o que foi puxado por
todos os setores, como indústria da transformação, construção civil,
comércio e serviços. "Até agropecuária, que não tinha variado, também
fechou de forma negativa. A gente percebe um movimento de ampla
cobertura territorial e setorial, principalmente sobre os mercados mais
estruturados".
Ceará
Em 2016, o Ceará perdeu 6.706 postos formais. Os setores mais afetados
foram construção civil, com perda de 3.217 postos de trabalho; indústria
de transformação (-2.666); agropecuária (-1.135) e serviços (-1.096).
Em dezembro, pelo segundo mês seguido, o comércio foi o único setor do
Estado que teve balanço positivo na geração de empregos. No último mês
de 2016, foram abertas 1.392 na área.
Diário do Nordeste
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