Monsenhor Tabosa. Uma estrada causaria uma economia de
até 60 quilômetros nos deslocamentos, somente entre moradores deste
Município e de Boa Viagem, no Sertão Central. Além disso, os benefícios
se estenderiam até Crateús e cidades vizinhas, que passariam a contar
com uma via de acesso rápida.
Não se pode dizer que esse projeto ficou no papel porque, na verdade,
houve abertura com máquinas em meio à Caatinga e a terraplenagem. Mas
tão certo é que a estrada está sendo degradada pelos buracos, frutos da
erosão das últimas chuvas, e da falta de manutenção.
Queixa
A via foi iniciada em 2013. De lá para cá, a construtora abandonou os
trabalhos e nem mesmo se vê no local placas ou os equipamentos que
colocaram por terra os paus d'arco, as juremas e os angicos. Esses foram
levados ao chão. O trator fez uma camada de terra batida com a piçarra,
mas, a cada chuva, a rodovia fica mais degradada.
Os moradores de ambos os municípios se sentem os mais prejudicados. A
estrada tem início em Livramento, um distrito de Boa Viagem e segue até
Monsenhor Tabosa, passando por vários povoados, que ainda são atendidos,
como transporte público, por paus de araras.
Residente em Livramento, o frentista de um posto gasolina, Rodrigo
Sampaio, lamenta a suspensão da obra ao longo dos últimos três anos.
Mobilidade
Rodrigo conta que a esperança de diminuir os deslocamentos entre Boa
Viagem e Monsenhor Tabosa é um sonho antigo porque o próprio distrito
tem pendências que são resolvidas, ora em um município, ora em outro, de
acordo com o aparelhamento da cidade para a prestação de serviços para
as populações.
Contudo, o Departamento de Estradas de Rodovias (DER) disse que as
obras deverão ser retomadas, aguardando apenas a anuência da Fundação
Nacional do Índio (Funai) para proceder nova licitação.
Parte da área compreendida entre Tamboril e Monsenhor Tabosa é
vinculada à etnia Tabajara. Uma luta histórica dos índios é com relação à
demarcação de terras.
Enquanto o problema não é resolvido, os deslocamentos para as cidades
dos Sertões Central e de Crateús tornam-se mais difíceis e demorados.
Sem mais contar com o sistema ferroviário e com os onerosos custos
aeroviários, a mobilidade no sertões de Crateús e Central fica ainda
mais comprometida.
Fonte: Diário do Nordeste
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