Vendas por meio do e-commerce para o mercado estrangeiro garantem receitas a pequenos negócios.
Gabriela Szprinc analisa que o empreendedorismo brasileiro é a chave
para a abertura de novos negócios e que estes podem ter campo no
e-commerce.
Transformar a crise em uma oportunidade de crescimento. Foi com essa
máxima que a PayPal do Brasil, um dos maiores serviços de pagamentos
online, em parceria com o Sebrae, discutiram as oportunidades do
e-commerce internacional no País, durante evento realizado em São Paulo.
Segundo dados da pesquisa Nielsen e encomendada pelo PayPal, chamada de
"A Moderna Rota das Especiarias", empresários brasileiros já
movimentaram R$ 1,5 bilhão vendendo mercadorias para estrangeiros na
internet no ano de 2013. Ainda de acordo com o estudo, a previsão é de
que esse número seja maior em 2018, chegando aos R$ 4 bilhões.
Com o dólar na casa dos R$ 4, as oportunidades para esse tipo de
negócio tornam-se ainda mais atrativas. É o que defende Gabriela
Szprinc, responsável pela área de Pequenas e Médias Empresas e de
Organizações-Não Governamentais do PayPal Brasil. Para a executiva, a
participação de pequenas empresas no e-commerce pode ser uma boa
oportunidade de desenvolvimento na atualidade. "Apoiamos o
empreendedorismo brasileiro, que é chave para a abertura de novos postos
de trabalho no País. Esse segmento de mercado tem condições de
aproveitar a chance que a demanda internacional de produtos e serviços
locais representa", ressalta.
Hoje, o e-commerce brasileiro conta com 450 mil sites ativos. Os
pequenos sites, que recebem até 10 mil visitas mensais, representam 88%
desse universo. A pesquisa Nielsen indica, ainda, que 60% dos sites
ainda não oferecem qualquer opção de pagamento online.
Porém, um dos entraves para o desenvolvimento desse tipo de negócio é a
falta da de conhecimento sobre o ambiente de vendas online. O como
fazer, oferecer uma opção de pagamento, o desconhecimento da legislação
aduaneira de outros países, incompreensão de outros idiomas, o próprio
layout do site e indisponibilidade de tradução do conteúdo para outras
línguas são os principais empecilhos que surgem quando o assunto é
e-commerce internacional.
"O desconhecimento, a falta de estudo sobre esse universo é o que mais
prejudica. E isso não pertence somente aos próprios comerciantes, mas a
toda uma cadeia. Você vai ao banco, o seu gerente não sabe o que você
faz para receber o dinheiro de fora do País", frisa Thiago Brandão,
consultor especialista em Comércio Exterior do Sebrae (SP).
Além da falta de conhecimento, Gabriela Szprinc enfatiza a insegurança
diante da competição com grandes empresas, como a Amazon. "Aí o micro
empresário pensa, mas como eu vou competir com a Amazon? Por que não? A
tecnologia ajuda quem vende a oferecer as ferramentas certas para abrir
oportunidades de comércio entre fronteiras, a qualquer momento e via
qualquer dispositivo".
De acordo com Thiago, produtos como couro e calçados, madeira e móveis,
TIC, cosméticos, metal mecânico, confecção, café, frutas e construção
civil, além do turismo, são áreas com excelente potencial de
investimento. Mercados como Áustria, Irlanda e Israel podem ser
interessantes já que, por serem menores, a tendência é haver mais
compras por parte de seus cidadãos.
De acordo com a pesquisa, metade dos compradores on-line usaram sites
internacionais em 2013. Atualmente, 25% das transações são feitas por
meio de dispositivos móveis. Até 2017, a previsão é de que o cenário
inverta e que apenas 25% das transações sejam feitas com dinheiro físico
- mais motivos para investir no mercado online.
Diário do Nordeste
Comentários
Postar um comentário