Dívida rural pode ser paga até o dia 31 de Dezembro.

O tempo está se esgotando e apenas 25% aderiram às condições oferecidas pela Lei Nº 12.844.
Os produtores querem ampliar o leque de renegociação ou liquidação de dívidas rurais em operações realizadas no Semiárido.


Termina no dia 31 de Dezembro, o prazo para produtores rurais do Nordeste renegociarem ou liquidarem dívidas contraídas para investimentos, custeio e comercialização no setor agropecuário em bancos oficiais. O tempo está se esgotando e apenas 25% aderiram às condições oferecidas pela Lei Nº 12.844, que se mostrou desfavorável. A prolongada seca, desde 2012 agravou o quadro de perda de capital rural.
Nos últimos seis meses, a Comissão de Produtores Rurais do Nordeste intensificou, junto à bancada federal da região, a articulação e elaboração de novas regras para favorecer as condições de renegociação das dívidas rurais. A ideia é a edição de uma Medida Provisória (MP), ampliando percentuais de descontos, prolongando prazos e reduzindo juros e encargos.
Nesta semana, representantes da Comissão estiveram reunidos com a ministra da Agricultura e Pecuária, Kátia Abreu, que vê a situação dos produtores no Semiárido nordestino com preocupação. A opção seria a prorrogação da vigência da Lei e, posteriormente, ampliar esforços de convencimento do governo para a edição da MP proposta pelos produtores endividados.
O representante da Comissão de Produtores Rurais do Nordeste, no Ceará, Cirilo Vidal Pessoa, presidente do Sindicato Rural de Quixeramobim, disse que o esforço maior é para a edição da MP. "Dificilmente, haverá tempo ainda neste ano, então é preciso prorrogar a lei até que um novo instrumento legal mais favorável entre em vigor. O governo precisa resolver o problema dos produtores porque a situação é cada vez mais grave, há perda de capital, de animais e de condições de produção", disse.
Os produtores querem ampliar o leque de renegociação ou liquidação de dívidas rurais independentemente da fonte financiadora em operações realizadas na região do Semiárido e em situação de emergência. A Lei atual limita os benefícios às operações contratadas até 2006. Já a nova proposta inclui empréstimos entre 2007 a 2015. Os financiamentos realizados entre 2007 a 2010 ficaram impagáveis, segundo Cirilo Vidal. A proposta eleva desconto e prazo, e reduz encargos. Para os contratos até 31 de dezembro de 2006, haveria cinco escalonamentos com descontos que variam 75% e 95%, dependendo do valor financiado. Até R$ 15 mil haveria bônus de 95%; entre R$ 15 mil e 35 mil, rebate de 90%.
Os financiamentos contratados entre 2011 e 2015 teriam prazos prorrogados por um ano. A agroindústria com operações de crédito de até R$ 2 mi seria atendida com taxa de juros segundo índices de financiamento do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste.

Diário do Nordeste

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